#1 – Como surgiu o padrão Power over Ethernet (PoE)?

Com a chegada dos cabos UTP categoria 5 ao mercado, começaram a aparecer várias “gambiarras” com o intuito de aproveitar dois pares de fios não utilizados na transmissão de dados para fornecer energia elétrica aos dispositivos conectados na extremidade da rede.

No entanto, a inexistência de um padrão para implementação da técnica originava uma série de incompatibilidades entre soluções de diferentes fabricantes, criando barreiras para integração de várias tecnologias.

Diante desse problema o IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) publicou em 2003 o padrão IEEE 802.3af que normatizou a técnica de transmissão de energia elétrica via protocolo ethernet por cabos de par trançado.

#2 – Equipamentos PoE

Os equipamentos PoE são classificados em dois grupos:

PSE (Power Sourcing Equipment)

Aparelhos usados para energizar o cabo UTP: Injetores passivos e ativos ou switches PoE.

A diferença entre injetor passivo e ativo é que o primeiro fornece energia de maneira constante ao cabo independentemente se há um dispositivo do outro lado ou se ele precisa ser alimentado. É comum associar o seu uso com divisores que separam dados e corrente em dois conectores distintos (RJ45 para dados e P4 para energia).

Injetor passivo x Divisor | Imagens: Intelbrás
Injetor passivo x Divisor | Imagens: Intelbrás

O injetor ativo e o switch, oferecem funcionalidades adicionais como a detecção automática de dispositivos compatíveis com PoE. Isso quer dizer que se você conectar um computador para acessar a internet eles identificarão automaticamente que não há necessidade de enviar energia, apenas dados, evitando a queima da placa de rede do PC.

njetor ativo x Switch PoE | Imagens: Intelbrás
njetor ativo x Switch PoE | Imagens: Intelbrás

PD (Powered Device)

São os dispositivos energizados: Câmeras, telefones, sensores, entre outros.

#3 – Funcionamento

Três métodos podem ser usados para energizar o cabeamento:

Método A

A energia é adicionada ao cabo UTP nos pares que não trafegam dados 4-5,7 e 8. Basta a utilização de um kit de injetor passivo (PSE) e divisor nas extremidades de cada cabo para tornar qualquer sistema de cabeamento estruturado compatível com PoE.

Aplicação Método A (simplificado) - Primeiro quado: Sala técnica | Segundo quadro: Instalação de Ap em teto suspenso
Aplicação Método A (simplificado) – Primeiro quado: Sala técnica | Segundo quadro: Instalação de Ap em teto suspenso

Método B e C

Em ambos energia e dados trafegam simultaneamente nos mesmos pares e utilizam como PSE switches ou injetores ativos.

Aplicação Método B e C (simplificado) - Primeiro quado: Sala técnica | Segundo quadro: Instalação de Ap em teto suspenso
Aplicação Método B e C (simplificado) – Primeiro quado: Sala técnica | Segundo quadro: Instalação de Ap em teto suspenso

Entretanto o método B utiliza os pares 1-2,3 e 6 e o C utiliza todos os pares do cabo UTP, portanto consegue transmitir mais energia.